Lyon ataca Liga francesa por causa de contrato com beIN Sports

O acordo entre a LFP (Liga de Futebol Profissional da França) e a beIN Sports para a venda de um cartaz da Ligue 1 entre 2024 e 2029 (80 milhões de euros anuais em direitos mais 20 milhões em patrocínios) tornou-se um assunto explosivo nesta quinta (10/10).

A emissora franco-catariana, ao que tudo indica, ainda não honrou o pagamento acordado da sua primeira parcela aos clubes, prevista para o início da temporada. Os valores que foram pagos aos clubes no dia 30 de agosto foram reduzidos em 24% do valor previsto, faltando cerca de vinte milhões de euros.

Os clubes estão chateados com esta situação. A maioria é discreta publicamente. Mas, nesta quinta, um deles decidiu responder a esta situação que tanto incomoda aos clubes franceses.

Segundo informações publicadas em primeira mão no L’Equipe, o Olympique Lyonnais, clube comandado pelo americano John Textor, o mesmo que comanda o Botafogo no Brasil, enviou uma carta a Vincent Labrune, presidente da LFP. O documento é assinado pelo diretor-geral do Lyon, Laurent Prud'homme.

O teor da carta, segundo reportagem publicada nesta quinta (10/10) no L’Equipe é este:

“Gostaríamos de recordar no preâmbulo (...) o agravamento das dificuldades econômicas sofridas pelos clubes desde a última atribuição de direitos audiovisuais, o que levou, como sabem, a uma queda drástica de mais de 60% neste categoria do nosso rendimento, mas essencial no nosso setor de atividade. Esta situação foi ainda agravada pelo prolongado não pagamento das quantias devidas por parte do beIN Sports, apesar de o canal ter conseguido se beneficiar de todos os direitos e conquistar novos assinantes desde o início do campeonato 2024/25. Pedimos que tome imediatamente todas as medidas necessárias para recuperar os valores devidos pela beIN Sports”.

Mas a abordagem do OL não para por aí. O clube de Lyon questiona de fato a natureza do acordo celebrado com a beIN Sports, que contém um componente de marketing: “O Conselho de Administração da LFP concordou em 31 de julho de 2024 com a beIN Sports por um acordo de patrocínio relativo a um contrato de patrocínio, tendo a marca Qatar Tourism como marca líder (ou beIN Sports ou qualquer outra marca que não esteja em conflito com a LFP e os clubes, se necessário), por 20 milhões de euros por safra com valorização de estoques alinhada ao mercado. Cada clube da Ligue 1 é obrigado a fornecer ao parceiro contratado pela LFP um inventário de direitos de comercialização no valor de 738.000 euros para poder receber os direitos audiovisuais adicionais que lhe são devidos. Especifica-se que este montante total de 20 milhões de euros é processado fora da guia de distribuição de direitos televisivos. Portanto, não temos outra escolha a não ser contestar a decisão da LFP datada de 31 de julho de 2024, especialmente no que diz respeito ao aspecto de “Patrocínio do Acordo” com a beIN Sports. Além das inconsistências e desigualdades econômicas geradas, nossa posição se baseia em diversas considerações jurídicas.”

No documento, o diretor do Lyon enumera as falhas. “A incompetência da LFP para decidir sobre a comercialização de inventários de marketing relativos a propriedades de clubes, mas também o “incumprimento” de procedimentos e prerrogativas do Conselho de Administração. E, finalmente, a violação das regras de concorrência. Isso tudo leva o OL a considerar nula e sem efeito a parceria firmada em violação aos nossos direitos.”