top of page

Magny-Cours homenageia Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial de F1

  • ogalofrances
  • 28 de abr.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 7 de mai.

Por Marcio Arruda

Bicampeão mundial de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi recebeu uma homenagem neste fim de semana (26 e 27/04) durante o evento Classic Days, que foi organizado no autódromo de Magny-Cours, a pouco mais de 250 quilômetros ao sul de Paris.


Emerson foi convidado para voltar a acelerar o modelo F8 da equipe Fittipaldi, que disputou o mundial de F1 em 1980. O brasileiro de 78 anos, que competiu na Fórmula 1 de 1970 a 1980, deu uma volta na pista de Magny-Cours e foi saudado pelo público que estava nas arquibancadas. “Foi a primeira vez que guiei este carro desde 1980. Foi muito emocionante”, contou.


ree

Fotos: Marcio Arruda

Emerson ainda lembrou que foi em 1980 que ele conquistou o seu último pódio na Fórmula 1. No GP dos Estados Unidos, disputado nas ruas de Long Beach, o brasileiro cruzou a linha de chegada em terceiro. Fittipaldi ainda lembrou uma curiosidade daquela prova.


“Foi um fim de semana que o carro estava muito competitivo na classificação e conseguimos melhorar para a corrida. Foi um dia especial porque foi a primeira vitória do Nelson [Pique]. Então, imagina: o Nelson, o [Riccardo] Patrese e eu ali em terceiro com a equipe Fittipaldi. Foi espetacular! Foi o último pódio da equipe, que contava com o Ricardo Divila, que curiosamente morava aqui pertinho de Magny-Cours”, lembrou.


E as lembranças de Emerson não pararam por aí. “Esse carro já tinha a mão do Adrian Newey, que já há algum tempo é o melhor projetista da Fórmula 1. Foi o primeiro trabalho dele com a nossa equipe. Na época, ele já era um gênio; saiu da universidade como o melhor engenheiro aerodinâmico. Igual a ele só o Colin Chapman, com quem trabalhei na Lotus. O Ricardo Divila com o Newey formaram uma dupla imbatível”, afirmou o brasileiro.


O bicampeão mundial (1972 e 1974) disse que esta foi a primeira vez que guiou um carro no autódromo de Magny-Cours, que recebeu a Fórmula 1 entre 1991 e 2008. O brasileiro ficou emocionado com a homenagem que recebeu na França. “Eu estou feliz em vir aqui em Magny-Cours, bem no centro da França, e ser homenageado. É uma festa muito parecida com Goodwood”, afirmou Fittipaldi, que fez referência ao evento que acontece todos os anos na Inglaterra desde 1993.


ree

Além do F8 da equipe Fittipaldi, a organização do Classic Days expôs o modelo F5A da Copersucar Fittipaldi, que disputou o mundial de 1978, a Lotus 49C, carro da estreia do Emerson em 1970, e a Lotus 72 com a pintura do patrocinador Gold Leaf – este mesmo carro, mas com a pintura preta e dourada do John Player Special, ajudou Emerson a conquistar o mundial de 1972.


ree

Emerson Fittipaldi, que conquistou o seu segundo título pela equipe McLaren em 1974, afirmou que a escuderia inglesa é a favorita nesta temporada. O brasileiro se mostrou animado com o atual campeonato da Fórmula 1. Mas fez um alerta para a melhor equipe do grid. “Eu acho correta a política implementada pelo Zak Brown [CEO da equipe] na McLaren. É o máximo ver a luta em pé de igualdade entre Oscar Piastri e Lando Norris [os dois são pilotos da McLaren]. Mas vai chegar um momento que o Zak vai ter de escolher quem vai brigar pelo título, já que a história da Fórmula 1 mostra que já houve casos em que os dois pilotos da mesma equipe brigaram pelo campeonato e o título acabou nas mãos de outro piloto de outra escuderia”, lembrou Emerson.


Em 2007, a dupla da McLaren era formada por Fernando Alonso e Lewis Hamilton e os dois perderam o título para Kimi Raikkonen, da Ferrari. Em 1986, Nelson Piquet e Nigel Mansell não se entenderam na Williams e o troféu ficou com Alain Prost, então piloto da McLaren.


No circuito de Magny-Cours, que ficou marcado pelo pentacampeonato de Michael Schumacher em 2002, Emerson falou sobre o brasileiro Gabriel Bortoleto, que estreou na F1 nesta temporada. “Eu acho que é um ano de transição e aprendizado para o Gabriel. Eu conheço bem a equipe Sauber e sei que tem gente muito séria trabalhando por lá. Charles Leclerc e Felipe Massa estrearam na F1 com a Sauber, da mesma forma que o Bortoleto está começando. Eu vejo o Gabriel com um futuro excelente na Fórmula 1”, disse Emerson.


Emerson Fittipaldi, que foi campeão da Indy em 1989 e duas vezes vencedor das lendárias 500 Milhas de Indianápolis (1989 e 1993), destacou a nova geração de pilotos brasileiros. “É espetacular ver o Brasil tendo novamente a chance de ter outros pilotos na categoria. Meu filho Emmo, que já compete aqui na Europa, está muito motivado para ser o próximo Fittipaldi na F1. É um projeto difícil, mas temos esperança. O Rafael Camara é outro piloto excepcional. Eu acompanho esse jovem desde que ele começou no kart. Hoje, ele é o líder do campeonato de Fórmula 3. Sem dúvida, está chegando uma molecada muito boa”, opinou Emerson, que acredita que em poucos anos o Brasil terá mais pilotos da Fórmula 1.


O primeiro brasileiro a ser campeão mundial de Fórmula 1 lembrou com emoção que 2025 marca os 50 anos da sua última vitória na categoria. Emerson venceu pela última vez na F1 no GP da Inglaterra de 1975. Naquela corrida em Silverstone, o então campeão mundial, que guiava para a McLaren, fez dobradinha com o saudoso José Carlos Pace.


“Foi um dia muito especial. Lembro que foi uma corrida diferente porque estava sol e, de repente, começaram a aparecer nuvens carregadas. Eu percebi isso no final da reta e pensei: ‘vai chover’. Naquela volta, eu comecei a perceber umas gotículas na minha viseira, tipo garoa. Aí, na volta seguinte, entrei nos boxes com a McLaren e os mecânicos foram pegos de surpresa porque naquela época não tinha rádio para comunicação entre piloto e equipe. Troquei os pneus e, na volta que saí dos boxes, começou a chover. Aí ficou bem complicado para quem estava de slick. Acho que 12 ou 13 carros bateram naquela volta. Eu consegui seguir em frente e vencer em Silverstone”, lembrou o bicampeão.


O Classic Days é organizado desde 2008 e a cada ano atrai uma multidão de fãs de automobilismo e saudosistas dos anos 1970, 80 e 90 da Fórmula 1.

 
 
 

Comments


bottom of page