Didier Deschamps balança?

A derrota para a Itália na última sexta no Parc des Princes, válida pela primeira rodada da Liga das Nações, ainda ecoa bastante na França. Uma seleção francesa desorganizada esteve muito próxima do futebol apresentado na última edição da Euro; por outro lado, bem diferente daquela seleção finalista na última Copa do Mundo. Mas o que aconteceu do final de 2022 para cá?

Foto: M. Garcia

A grande chance do técnico Didier Deschamps de apagar o fraco desempenho – apesar de ter sido semifinalista da Euro – é justamente nesta Liga das Nações. E o começo foi muito aquém do esperado por ele e por todos os franceses. A derrota em casa para a Itália ligou o alerta.

Na coletiva após o jogo contra os italianos, Didier Deschamps deu duas explicações para a dura derrota em Paris. Primeiro, o treinador reafirmou, repetindo o discurso de toda a semana, uma visão de longo prazo: “É hora de dar o máximo de tempo possível para jogar. É claro que quem jogou a Euro, tem mais bagagem. Mas quero testar novos jogadores, que faz parte de toda e qualquer renovação. Se quisesse ter mais tranquilidade, colocaria os quatro defensores que jogaram a Euro. Se agisse assim, estaria pensando somente em mim; não na França.

O técnico sempre diz que o objetivo é a Copa do Mundo de 2026. Ele também falou que acredita que alguns jogadores precisam passar por essas etapas para chegar às melhores condições neste mundial.

Didier também apontou a falta de condicionamento físico de jogadores como um dos problemas que enfrenta. “Eu sabia que, do ponto de vista físico, não estaríamos na nossa melhor forma”, explicou.

A imprensa francesa também argumenta a braçadeira de Kylian Mbappé. Para alguns jornalistas, o capitão passa a impressão de querer priorizar o seu desenvolvimento pessoal. Mas quem surgiria como novo capitão? Maignan? Konaté tem qualidades, mas precisa se firmar na titularidade. Para influenciar este grupo e desenvolver o papel de capitão, Deschamps poderá ter de encontrar novos nomes.

O que mais preocupa, porém, é o relacionamento, assunto que foi levantado durante a Euro. Mas, na coletiva após da derrota, Deschamps adotou o discurso padrão de que “é sempre minha responsabilidade”.